A temporada de gripe no Hemisfério Norte começou mais cedo do que o esperado, destacando-se pela rápida disseminação de uma nova variante do vírus da influenza. Durante uma conferência em Genebra, Wenqing Zhang, chefe da Unidade de Ameaças Respiratórias da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou sobre o surgimento do subclado K, ou J.2.4.1. Identificado pela primeira vez em agosto na Austrália e Nova Zelândia, esse novo subclado já foi detectado em mais de 30 países.
Embora a nova variante represente uma “evolução notável do vírus”, Zhang ressaltou que, até o momento, não há evidências que sugiram um aumento na gravidade da doença. A vacinação continua a ser a defesa mais eficaz, com a OMS atualizando regularmente a composição das vacinas em resposta às mutações virais. Zhang também destacou a importância do Sistema Global de Vigilância e Resposta à Influenza (Gisrs), que avalia riscos à saúde pública e orienta as recomendações vacinais em colaboração com especialistas globais.
A permanência dos Estados Unidos na rede de vigilância da OMS, no entanto, é incerta, após o anúncio do país de que se retirará da organização em janeiro de 2026. Isso levanta preocupações sobre a capacidade colaborativa global para lidar com novas cepas. Zhang enfatizou que a rápida identificação e desenvolvimento de vacinas são essenciais para salvar vidas em potenciais surtos pandêmicos.
Com o período festivo se aproximando, a especialista alertou que as celebrações podem resultar em um aumento de doenças respiratórias. Embora a nova variante não esteja incluída nas vacinas atuais, evidências iniciais indicam que os imunizantes ainda proporcionam proteção contra formas graves da doença. A OMS estima que anualmente cerca de um bilhão de casos de gripe sazonal ocorram, resultando em até 650 mil mortes. As recomendações incluem planejamento antecipado e incentivo à vacinação para mitigar os riscos durante as festas de fim de ano.
Origem: Nações Unidas






