Desde 1990, o número de pessoas que utilizam métodos contraceptivos modernos dobrou em todo o mundo, conforme revela um relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA). Contudo, cerca de 224 milhões de mulheres, especialmente em países em desenvolvimento, ainda não têm acesso a métodos seguros e eficazes de contracepção. A agência da ONU destaca que este aumento no uso de anticoncepcionais tem sido crucial para permitir que milhões de jovens evitem gravidezes indesejadas e exerçam seu direito de escolha.
A diretora executiva do UNFPA, Diene Keita, enfatizou que os contraceptivos não apenas salvam vidas, mas também geram benefícios econômicos significativos. De acordo com ela, cada dólar investido em planejamento familiar resulta em quase US$ 27 em retorno econômico. A falta de acesso a contraceptivos contribui para o aumento das gravidezes indesejadas e eleva as taxas de mortalidade materna, frequentemente associadas a abortos inseguros. Além disso, essa situação também está relacionada ao crescimento de gravidezes na adolescência, ao abandono escolar e a um maior risco de violência de gênero.
A UNFPA também abordou vários mitos que cercam a contraceção. Entre eles, a ideia de que métodos contraceptivos são inseguros e que podem causar aborto. A agência esclarece que os métodos modernos são amplamente estudados e que os riscos associados à gravidez indesejada superam em muito qualquer risco potencial de contraceptivos. Além disso, a fertilidade não é permanentemente afetada pelo uso de contraceptivos, e métodos naturais, embora populares, têm eficácia significativamente menor em comparação com métodos hormonais.
A organização ressalta ainda que o acesso à informação sobre saúde sexual e reprodutiva não resulta em um aumento da atividade sexual entre jovens, mas sim promove escolhas responsáveis e a autonomia na decisão de ter relações sexuais protegidas, combatendo assim a coerção reprodutiva e o abuso.
Origem: Nações Unidas





