Hoje, os ministros da pesca da União Europeia chegaram a um acordo sobre as oportunidades de pesca para 2025 nos mares do Atlântico e do Norte, Mediterrâneo e Mar Negro. A nova fase do plano plurianual (MAP) para o Mediterrâneo Ocidental começará em 1º de janeiro de 2025, e os ministros decidiram continuar com a redução necessária do esforço de pesca para os arrastões, visando enfrentar o persistente problema da mortalidade dos peixes. Ao mesmo tempo, o acordo amplia o mecanismo de compensação já presente na proposta da Comissão Europeia.
Esse mecanismo expandido deverá acelerar a recuperação dos estoques pesqueiros, garantindo que o setor possa se beneficiar de dias de pesca adicionais, contanto que implemente as medidas de conservação requeridas. Além disso, há financiamento europeu disponível para apoiar os investimentos do setor e a transição para uma pesca mais sustentável, com doze medidas de sustentabilidade que proporcionarão consideráveis dias de pesca extras, se aplicadas.
O comissário de Pesca e Oceanos, Costas Kadis, enfatizou a importância de se alcançar um acordo equilibrado e responsável, que preserve os meios de subsistência dos pescadores a longo prazo e melhore as chances de recuperação dos estoques. Ele agradeceu, em especial, aos pescadores pelos esforços notáveis realizados nos últimos anos.
Com relação às espécies do Mediterrâneo de alto valor comercial, o acordo estabelece novas medidas de longo prazo para a enguia europeia e o coral vermelho no Mar Mediterrâneo. Para a enguia europeia, foi decidido manter a proibição da pesca recreativa e uma paralisação de seis meses. Limites de captura também foram estabelecidos para o vidro de enguia, assim como um congelamento no número de artes de pesca e autorizações.
Os ministros concordaram em implementar medidas importantes do plano plurianual da Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo (GFCM). Entre as decisões está a fixação de limites de captura para o peixe-dono comum, redução de 3% nas capturas de camarões de profundidade e continuidade na redução do esforço de pesca para o peixe-gato no Estreito da Sicília. Para o mar de Alboran, os limites de captura para a besugo-enxadrezado serão reduzidos em 30%, com restrições adicionais na capacidade da frota e limitações à pesca recreativa.
No Atlântico Nordeste, o Conselho estabeleceu 13 oportunidades de pesca em conformidade com o aconselhamento de rendimento máximo sustentável (RMS). Isso inclui aumentos nos limites de captura para várias espécies, mas também reduções consideráveis para outras. A Comissão expressou preocupação com algumas decisões que extrapolaram as recomendações científicas.
O acordo também incorpora regras para as espécies pelágicas pequenas no Mar Adriático, definindo limites de captura para a anchova e as sardinhas, além de novos arranjos de partilha entre Itália, Croácia e Eslovênia. Para os estoques demersais, foi acordada uma redução de 5,2% no esforço de pesca para os arrastões de arrasto de fundo e a continuidade das cotas para o cavalinha.
Essas decisões visam não apenas a sustentabilidade dos recursos pesqueiros, mas também garantir o futuro do setor pesqueiro europeu e sua adaptação a um ambiente em crescimento e dinâmica, com a colaboração de países não membros da UE.
Origem: Oceanos e pescas Europa