Um estudo realizado por docentes da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Porto (ESEP) destacou a importância da integração do conhecimento em enfermagem de família nos currículos de licenciatura em enfermagem em Portugal. A pesquisa analisou 18 cursos, totalizando 256 unidades curriculares, com o objetivo de entender como a família é abordada nestes programas.
A pesquisa revelou que a família, considerada uma unidade vital de cuidado, foi predominantemente tratada em contextos clínicos, onde a abordagem mais comum é a de “família como contexto.” Além disso, foram identificadas outras perspectivas, incluindo “família como cliente,” “família como sistema,” e “família como componente da sociedade,” evidenciando a complexidade das dinâmicas familiares e sua influência na saúde dos indivíduos.
As autoras do estudo identificaram sete categorias de conteúdo relacionadas ao conhecimento em enfermagem de família, sendo quatro definidas a priori e baseadas em fundamentos teóricos, e três emergindo a posteriori. Entre elas, destacam-se a “Abordagem Teórica da Família” e as “Competências para o Cuidado à Família.”
Os autores enfatizam que a formação de enfermeiros deve criar uma atitude positiva em relação ao envolvimento da família nos cuidados, além de incorporar estratégias pedagógicas que integrem a prática clínica. Essa abordagem é vista como essencial para evoluir a compreensão dos enfermeiros sobre a família, passando de um mero contexto para um cliente ativo nos cuidados.
O mapeamento proposto pelos pesquisadores visa apoiar a elaboração de políticas educativas que promovam uma formação mais abrangente e centrada na família no campo da enfermagem, contribuindo para a melhoria da qualidade nos cuidados prestados. O artigo foi assinado por um grupo de docentes da ESEP, refletindo o esforço colaborativo em prol de uma educação mais integrada e consciente das necessidades familiares.
Origem: Universidade do Porto

