O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou fortes declarações na Assembleia Geral da ONU, abordando a deterioração da ordem internacional. Em seu discurso, enfatizou que o mundo está enfrentando uma “desordem internacional”, destacando as “seguidas concessões à política do poder”, que vêm acompanhadas de atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais, situações que, segundo ele, se tornaram frequentes.
Lula ressaltou que a crise do multilateralismo se alinha ao enfraquecimento das democracias. Criticou as medidas unilaterais que afetam a economia e as instituições, afirmando que a independência do Poder Judiciário deve ser preservada. Para ele, a democracia e a soberania do Brasil são “inegociáveis”.
Ao tratar da crise climática, o presidente mencionou a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, que ocorrerá em novembro no Brasil, afirmando que este será um evento crucial para avaliar o compromisso global com o planeta. Ele destacou a necessidade urgente de atualização dos planos climáticos nacionais, pois muitos países ainda não o fizeram, e cobrou ação conjunta, argumentando que armamentos não resolverão a questão climática.
Lula também propôs a criação de um Conselho vinculado à Assembleia Geral da ONU, com a capacidade de monitorar compromissos climáticos, como uma forma de fortalecer a ação climática e promover uma reforma mais abrangente da organização.
Em relação a questões sociais, o presidente criticou a desigualdade de gênero e a fome, afirmando que a pobreza é uma ameaça à democracia. Embora tenha comemorado a exclusão do Brasil do Mapa da Fome, ainda lembrou que 670 milhões de pessoas passam fome mundialmente. Ele sugeriu a redução dos gastos com armamentos, aumento da ajuda ao desenvolvimento e a criação de padrões tributários globais para equilibrar as contribuições de ricos e pobres.
Sobre o conflito em Gaza, Lula condenou tanto os ataques do Hamas quanto o genocídio em curso, afirmando que a fome é utilizada como arma de guerra e que o Direito Internacional Humanitário está sendo desrespeitado. Ele elogiou os judeus que se opõem à punição coletiva.
Por fim, o presidente expressou preocupação com o uso de plataformas digitais para espalhar desinformação e intolerância, defendendo uma regulação que proteja a liberdade de expressão e promova um ambiente virtual mais seguro. Lula afirmou que o Brasil está comprometido em fomentar a concorrência nos mercados digitais e desenvolver datacenters sustentáveis.
Origem: Nações Unidas
