A liquidez se destaca como um elemento decisivo na hora de investir em fundos cotizados, ou ETFs, muitas vezes superando até mesmo a rentabilidade esperada. A capacidade de comprar ou vender participações de forma ágil e sem custos excessivos é fundamental para os investidores, que devem considerar não apenas o potencial de retorno, mas também a facilidade com a qual podem realizar essas transações.
Quando se aborda a questão da liquidez, a visão futura da investimento ganha destaque. Analisar a possibilidade de transição para outro ativo ou a simples liquidação da posição é crucial, especialmente em cenários de mercado voláteis. Um ETF pode apresentar um rentabilidade anual atrativa, porém, se sua liquidez se mostra aquém do esperado, o investidor pode enfrentar dificuldades na hora de vender, envolvendo longas esperas ou custos adicionais que podem comprometer qualquer ganho anterior.
A avaliação da liquidez de um ETF é comumente realizada com base no volume diário de negociação e na diferença entre os preços de compra e venda em relação ao valor intrínseco do fundo. Entretanto, a liquidez possui duas vertentes principais: o mercado secundário, onde o investidor realiza suas operações, e o mercado primário, que influencia a criação ou o resgate de participações. A capacidade do fundo de emitir ou reembolsar participações é fundamental para a sua liquidez efetiva. Um ETF com baixo volume de negociação pode, surpreendentemente, manter uma boa liquidez caso sua cesta de ativos subjacentes seja altamente negociada.
Focar na liquidez em vez da rentabilidade pode se revelar a estratégia mais eficaz, especialmente diante de mercados imprevisíveis. ETFs que oferecem uma rentabilidade moderada, mas com alta liquidez, são preferíveis, pois possibilitam ajustes na carteira ou saídas em momentos críticos sem penalizações. Antes de realizar um investimento significativo, é importante revisar a liquidez do fundo, os spreads recentes e a eficiência do mecanismo de criação e reembolso.
Em suma, no universo dos fundos cotizados, a liquidez se apresenta como uma porta de saída essencial. O equilíbrio entre rentabilidade e liquidez é vital para garantir que o investimento permaneça acessível, flexível e isento de surpresas desagradáveis, permitindo que o investidor não só capitalize em períodos de alta, mas também se retire adequadamente quando as condições exigirem.



