Neste 12 de agosto, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebra a determinação, criatividade e liderança dos jovens em todo o mundo, marcando o Dia Internacional da Juventude. A data tem como enfoque o papel essencial que a juventude desempenha na conexão das aspirações globais com as realidades locais. Em sua mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou como os jovens estão “exigindo um futuro mais justo, verde e equitativo”.
A ONU News entrevistou duas jovens brasileiras que se dedicam a promover mudanças significativas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 30, programada para novembro em Belém, no Pará. Marcele Oliveira, representante oficial da juventude na Conferência, destacou a importância da participação de jovens das periferias na formulação de soluções adaptativas frente a eventos climáticos extremos. “Como uma jovem negra periférica, o debate sobre a Conferência do Clima no Brasil é também sobre a justiça climática, que precisa ser liderada pelas periferias, onde os efeitos das mudanças climáticas são mais severos”, afirmou Marcele.
A ativista indígena Rayane Xipaia, de 23 anos, também desempenha um papel significativo na COP 30, elogiando os diálogos com povos tradicionais. Nascida na região do Médio Xingu, no Pará, Rayane observa que estas negociações estão promovendo a inclusão dos povos indígenas, antes invisibilizados. “Este espaço permite que dialoguemos e construamos a partir das nossas cosmovisões, unindo ancestralidade e saber científico”, disse ela.
Rayane, que integra o Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, ressaltou que a juventude indígena busca cada vez mais a educação. “Estamos ocupando escolas e universidades para fortalecer nossa identidade e narrativas que foram distorcidas”, destacou. Marcele, por sua vez, acredita que a COP30 deve servir para estabelecer uma nova forma de viver que respeite as relações com a natureza, propondo um legado de justiça climática.
Para engajar os jovens na preparação para o evento, Marcele indicou três caminhos: um balanço ético autogestionado proposto pelo governo, uma parceria com a Unesco para disseminação de informação correta e o Mutirão da Juventude, um canal online onde os jovens podem mapear ações e soluções climáticas locais.
*Felipe de Carvalho é redator da ONU News em português.
Origem: Nações Unidas