A pesca desempenha um papel crucial na segurança alimentar global, oferecendo mais de 20% da proteína animal consumida por mais de 3 bilhões de pessoas. No entanto, muitos dos estoques marinhos estão sendo explorados de forma excessiva, ameaçando a sustentabilidade a longo prazo do setor. Um novo estudo, realizado pelo Banco Mundial em parceria com o Governo da Indonésia e instituições acadêmicas locais, examina como diferentes estratégias de gestão e investimento podem aumentar a produção alimentar sem comprometer os recursos marinhos.
Com o aumento da demanda por peixes e frutos do mar, a sustentabilidade da pesca está se tornando uma preocupação crescente. De acordo com a pesquisa, aproximadamente 35% dos estoques de peixe marinho globalmente estavam sobreexplotados em 2021, uma situação exacerbada pelo crescimento tecnológico na captura, processamento e pela falta de regulamentação. Essa pressão tem levado à diminuição dos cardumes, mesmo sendo o setor fundamental para a alimentação e os meios de subsistência de milhões.
Na Indonésia, mais de 7 milhões de pescadores são responsáveis pela produção de mais de 6 milhões de toneladas de peixe anualmente, o que representa mais de 50% da proteína de origem animal consumida no país. O estudo aborda três pescarias estratégicas no leste da Indonésia — atum-patudo, pargo-garoupa e carapau — que são vitais para as exportações e a segurança alimentar local.
Os resultados indicam que melhorias na gestão das pescas poderiam gerar benefícios econômicos adicionais superiores a 250 milhões de dólares por ano em um horizonte de 10 anos, ao permitir a recuperação dos estoques e uma captura mais sustentável. O estudo sugere que investimentos em infraestrutura, como armazenamento a frio e unidades de processamento, podem aumentar as receitas provenientes da pesca entre 23% e 47%.
Apesar dos benefícios potenciais, os pesquisadores alertam que esses investimentos devem ser acompanhados de uma gestão eficaz para evitar a sobrepesca, proporcionando assim uma combinação equilibrada que compense as perdas de curto prazo geradas por restrições de pesca e assegure rendimentos a longo prazo.
Além disso, o estudo sublinha a importância de uma abordagem integrada que considere tanto a pesca artesanal quanto a comercial. Melhorias na gestão de um destes segmentos podem beneficiar o outro, enquanto falhas em um deles podem comprometer os resultados gerais. A coordenação entre esses dois setores é, portanto, essencial para garantir ganhos duradouros em produção alimentar, rendimentos e conservação dos ecossistemas marinhos.
Origem: Nações Unidas






