A qualidade do ar no planeta enfrenta uma crescente deterioração, resultado das ações humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis. Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi divulgado nesta quinta-feira, abordando as tendências e a distribuição geográfica da poluição do ar em 2024 e vinculando esse fenômeno à crise climática.
Na Bacia Amazônica, os incêndios florestais recordes, exacerbados pela seca, destacam-se como a principal causa das anomalias na qualidade do ar. Lorenzo Labrador, cientista da OMM responsável pelo estudo, enfatiza a importância das partículas finas, com diâmetro de 2,5 micrômetros ou menor, que são especialmente prejudiciais à saúde humana e podem viajar longas distâncias. Cidades como São Paulo e Santiago, em regiões distantes, já sentem os efeitos da degradação da qualidade do ar, consequência dos incêndios.
Além disso, o relatório também discorre sobre o aumento na concentração de aerossóis, as pequenas partículas presente na atmosfera que podem ter efeitos variados no clima. Enquanto algumas delas contribuem para o aquecimento, outras refletem a radiação solar, promovendo um resfriamento temporário.
A vice-secretária-geral da OMM, Ko Barrett, ressalta a necessidade de tratar as mudanças climáticas e a qualidade do ar como questões interligadas, alertando que os impactos são globais e não respeitam fronteiras nacionais. A poluição atmosférica é responsável por mais de 4,5 milhões de mortes prematuras anualmente, gerando custos elevados em termos ambientais e econômicos.
O relatório é divulgado em destaque ao Dia Internacional do Ar Limpo para Céus Azuis, celebrado em 7 de setembro, promovendo um chamado à ação colaborativa internacional para melhorar a monitorização e a gestão dos riscos associados à qualidade do ar.
Origem: Nações Unidas