Na semana passada, ataques armados no departamento Central do Haiti resultaram no deslocamento de mais de 16 mil pessoas, de acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). A maioria dos deslocados encontrou abrigo com famílias de acolhimento, enquanto os demais estão vivendo em sete abrigos informais, que surgiram após os ataques.
Esses acontecimentos refletem a deterioração da segurança no Haiti e agravam as necessidades humanitárias da população. Atualmente, mais de 1,3 milhão de haitianos estão deslocados internamente, dos quais metade são crianças. Quase 6 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária em meio à violência de gangues e ao colapso dos serviços essenciais.
Mulheres e meninas deslocadas enfrentam riscos significativos, incluindo violência sexual e de gênero, com relatos de casos em algumas áreas de acolhimento. Apesar das dificuldades, os parceiros humanitários coordenados pelo Ocha estão prestando assistência vital. Nos primeiros meses do ano, mais de 722 mil pessoas receberam ajuda alimentar de emergência, 170 mil conseguiram acesso a água potável e 25 mil foram beneficiadas com kits de abrigo.
Entretanto, a falta de financiamento está limitando gravemente a capacidade de resposta às crescentes necessidades. O apelo de 2025 para o Haiti obteve apenas 8% do valor necessário, totalizando menos de US$ 75 milhões de um total de US$ 908 milhões. O Ocha trabalha para aumentar os níveis de financiamento e garantir que as necessidades das pessoas mais vulneráveis sejam atendidas, visando melhorar o acesso humanitário e a coordenação de assistência.
Origem: Nações Unidas