O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, está prestes a embarcar para a África, onde participará de uma cúpula na Tanzânia com líderes da Comunidade da África Oriental e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Em sua viagem, Guterres enfatizou a necessidade urgente de um “silêncio das armas” e o fim da escalada da violência na República Democrática do Congo (RDC), onde a situação se agrava devido à ofensiva do grupo rebelde M23, apoiado pelas Forças de Defesa de Ruanda.
Guterres descreveu a crise na RDC como “profundamente preocupante” e instou ao respeito pela soberania e integridade territorial do país. Ele destacou que o momento exige união pela paz, envolvendo todos os intervenientes, incluindo países vizinhos e a União Africana.
A situação em Goma, capital da província de Kivu do Norte, é especialmente alarmante. Milhares de pessoas foram deslocadas e um número significativo de mortes foi registrado devido aos confrontos. A cidade enfrenta uma grave crise humanitária, com instalações de saúde sobrecarregadas e serviços essenciais como água, eletricidade e comunicação severamente comprometidos. Guterres ressaltou os relatos de violações dos direitos humanos, incluindo violência sexual e recrutamento forçado.
O secretário-geral alertou que o conflito, que se estende agora em direção ao Kivu do Sul, tem o potencial de comprometer não apenas a RDC, mas toda a região. Ele expressou sua solidariedade ao povo congolês e prestou homenagem aos que perderam a vida, incluindo os capacetes azuis da missão da ONU no país, a MONUSCO. Guterres reiterou que o país enfrenta uma ameaça constante de diversos grupos armados, tanto congoleses quanto estrangeiros, perpetuando um ciclo de violência que parece não ter fim.
Origem: Nações Unidas