Papua-Nova Guiné recebeu, pela primeira vez, a visita de um secretário-geral da ONU. Durante sua estadia, António Guterres fez um discurso significativo no Parlamento, destacando que a nação insular do Pacífico possui lições valiosas para o mundo em termos de multilateralismo e ações climáticas. Ele enfatizou a importância de Papua-Nova Guiné, que abriga dois em cada três cidadãos do Pacífico, uma região particularmente vulnerável às mudanças climáticas.
O líder da ONU referiu-se ao papel “pioneiro” do país no debate sobre a elevação do nível do mar, mencionando que a liderança, especialmente entre os jovens, foi fundamental para um parecer consultivo histórico da Corte Internacional de Justiça, emitido em julho deste ano. Guterres destacou que a voz da nação insular será crucial na próxima Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP30, que ocorrerá em Belém, no Brasil.
Além de seu compromisso com a proteção do meio ambiente, Papua-Nova Guiné abriga 7% da biodiversidade mundial, contendo alguns dos mais belos recifes de coral e florestas tropicais. Guterres mencionou que, apesar de não contribuir para as mudanças climáticas, o país é um “sumidouro de carbono”.
O secretário-geral também abordou a responsabilidade das 20 maiores economias do mundo no que diz respeito ao financiamento climático, anunciando um evento em Nova Iorque para que os países signatários do Acordo de Paris apresentem novos planos climáticos. Guterres pediu uma “mudança radical” nas contribuições financeiras para um novo Fundo de Resposta a Perdas e Danos, criado na COP28, em Dubai.
Ele ainda ressaltou a importância do diálogo como uma “lição poderosa” de Papua-Nova Guiné, onde é possível forjar consenso entre diferentes tradições e línguas. Seu discurso coincidia com o vigésimo quarto aniversário do Acordo de Paz de Bougainville, um marco em um país que superou um conflito com base na paz e no respeito mútuo.
A ONU está ativamente apoiando a nação com iniciativas que vão desde o desarmamento até esforços em saúde e agricultura sustentável, reconhecendo a importância de compreender e respeitar a diversidade cultural que caracteriza Papua-Nova Guiné, que possui a maior diversidade linguística do mundo, com cerca de 850 idiomas indígenas.
Origem: Nações Unidas