O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, inaugurou a Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social, realizada em Doha, Catar, nesta terça-feira. Em seu discurso, fez um apelo enérgico à ação global para enfrentar crises interligadas de pobreza, desigualdade e degradação ambiental. Guterres comentou sobre o chamado “plano das pessoas”, presente na Declaração Política de Doha, que deve resultar em ações concretas para colocar o bem-estar humano no centro das políticas econômicas e sociais.
Ele destacou que, desde 1995, mais de um bilhão de pessoas saíram da pobreza extrema e houve avanços significativos em saúde, educação e igualdade de gênero. No entanto, alertou que esse progresso está ameaçado por conflitos, divisões políticas, desastres climáticos e crescente insatisfação social. O secretário-geral também expressou preocupação com a lentidão dos países em mitigar os impactos do aquecimento global e com a dificuldade crescente em atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Guterres enfatizou a “inconcebível” realidade de que quase 700 milhões de pessoas ainda vivem em extrema pobreza, enquanto a riqueza global é dominada por uma fração da população. Ele defendeu investimentos em áreas fundamentais, como sistemas alimentares, educação e proteção social, e um comprometimento com metas climáticas, incluindo um aumento significativo nos financiamentos para adaptações climáticas.
Além disso, abordou a importância de promover empregos dignos, defendendo uma colaboração entre governos e setor privado para impulsionar a criação de trabalho de qualidade. Ele ressaltou a necessidade de garantir acesso equitativo ao mercado de trabalho, especialmente para mulheres.
Outro ponto crucial mencionado por Guterres foram as reformas necessárias no sistema financeiro global, com o objetivo de que ele represente melhor as necessidades dos países em desenvolvimento. Pediu uma maior mobilização de recursos e ferramentas que ajudem a aliviar o custo da dívida para nações em dificuldades.
Por último, Guterres alertou para a persistência da exclusão de grupos vulneráveis e reafirmou a importância dos direitos humanos como guia para um futuro mais justo e inclusivo. Ele enfatizou a necessidade de que novas tecnologias, como a inteligência artificial, não perpetuem desigualdades ou discriminações.
Origem: Nações Unidas






