Falada por mais de 285 milhões de pessoas em quatro continentes, a língua portuguesa continua sendo considerada periférica em simpósios e conferências internacionais, predominantemente dominados pelo inglês. Esse fenômeno muitas vezes limita a participação de pesquisadores e cientistas que são fluentes apenas em português.
Diante dessa realidade, diversas organizações, incluindo a Mulheres na Saúde Global, reconhecem a importância de promover outras línguas para fomentar uma comunicação mais inclusiva. A ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau, Magda Robalo, é a responsável pela criação do grupo Mulheres Lusófonas na Saúde, que busca disseminar conhecimento e aumentar a presença feminina em posições de liderança na área da saúde.
Em uma entrevista durante um evento da Assembleia Geral da ONU, Robalo destacou o crescimento da iniciativa, que busca também apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030. Com uma composição diversificada que inclui médicas, enfermeiras e profissionais de várias áreas, o grupo tem como objetivo enfrentar as disparidades na liderança e criar espaço para que talentos lusófonos sejam reconhecidos.
Fundado durante a Assembleia Mundial da Saúde em Genebra, há dois anos, o grupo já conta com dezenas de participantes de diferentes países e elevou o número de capítulos para 50 globalmente. Apesar de as mulheres representarem mais de 80% da força de trabalho no setor de saúde, menos de 25% ocupam cargos de liderança, revelando a necessidade premente de iniciativas como essa para combater a sub-representation.
Origem: Nações Unidas