A consultoria tecnológica Gartner apresentou as principais tendências que irão moldar a evolução da cadeia de suprimentos até 2025. Entre as inovações destacadas estão a Inteligência Artificial Agentica, a Inteligência Ambiental Invisível e a Força de Trabalho Conectada e Aumentada, tecnologias que prometem revolucionar a gestão logística e operacional em nível global.
Christian Titze, vice-presidente e chefe de pesquisa na área de cadeia de suprimentos da Gartner, afirmou que “as tendências deste ano evidenciam o imenso potencial transformador que a conectividade e a inteligência oferecem às cadeias de suprimentos, permitindo que as organizações melhorem sua eficiência operacional e capacidade de adaptação”.
As tendências identificadas baseiam-se em dois pilares principais: aproveitar tecnologias emergentes para aprimorar a conectividade e utilizar ferramentas de inteligência avançada que impulsionem a diferenciação competitiva e a eficiência operacional.
A Inteligência Ambiental Invisível, possibilitada pelo desenvolvimento de sensores e etiquetas inteligentes de baixo custo, permitirá um acompanhamento massivo e acessível de mercadorias em tempo real. Este avanço é especialmente relevante para produtos perecíveis, facilitando a rastreabilidade e o cumprimento de normas ambientais.
A Força de Trabalho Conectada e Aumentada (ACWF) se destaca na digitalização de processos operativos, visando reduzir a variabilidade nas decisões e acelerar a formação de novos colaboradores. As soluções ACWF buscam suprir a lacuna de habilidades em setores como fabricação e logística, aumentando a produtividade através do uso de ferramentas digitais padronizadas.
Interfaces multimodais, que permitem interação por voz, gestos ou telas sensíveis ao toque, começam a ser incorporadas aos setores logísticos, facilitando a interação com plataformas complexas e aumentando a segurança e produtividade, em especial para motoristas e operadores de armazém.
A robótica polivalente também ganha destaque nos centros logísticos, com robôs capazes de se adaptar a diversas funções, como classificação, embalagem e transporte de mercadorias, oferecendo uma solução flexível para mitigar a escassez de mão de obra.
A Inteligência Artificial Agentica surge como uma das inovações mais disruptivas, com agentes virtuais que podem tomar decisões de forma autônoma, como na gestão dinâmica de estoques, ajustando níveis de stock em tempo real com base em previsões de demanda.
Além disso, a coleta de dados autônoma, utilizando drones e robôs móveis, promete reduzir a carga de trabalho e agilizar operações, como a verificação de inventários, que já são realizadas por drones em armazéns, aumentando a precisão e reduzindo o tempo necessário.
A Inteligência para a Tomada de Decisões combinará modelos de decisão, IA e analítica avançada, permitindo que as empresas compreendam e melhorem seus processos decisórios, ajudando a identificar ineficiências.
Por fim, a Simulação Inteligente, com integração de inteligência artificial e aprendizado de máquina, permitirá prever cenários e otimizar rotas logísticas e design de armazéns, ajudando as empresas a reduzirem custos e aumentarem sua capacidade de resposta a imprevistos.
Kaitlynn Sommers, diretora sênior de análise da Gartner, destacou que “essas tendências oferecem múltiplas vias estratégicas para que as organizações inovem e prosperem em um ambiente de constante mudança. A chave é priorizar tecnologias que se alinhem com os objetivos estratégicos de cada negócio”.
Os responsáveis pela cadeia de suprimentos poderão se aprofundar nesses temas no próximo Gartner Supply Chain Symposium/Xpo, que ocorrerá em Orlando de 5 a 7 de maio e em Barcelona de 19 a 21 de maio, com o intuito de preparar as empresas para um futuro repleto de volatilidade, risco e disrupção.