Entre 2014 e 2020, Portugal destacou-se como o país mais dependente de fundos de coesão na União Europeia, com impressionantes 90% do investimento público financiado por esses apoios. O relatório do Tribunal de Contas Europeu revela que essa dependência é significativamente superior à média de 14% observada em outros países europeus. Este período coincide com a implementação do programa Portugal 2020, sob a liderança do Primeiro-Ministro António Costa, que teve impactos notáveis na forma como os recursos foram geridos no país. Croácia e Lituânia seguem na lista, mas com percentagens bem inferiores.
Apesar desse elevado suporte financeiro, especialistas alertam que Portugal continua com baixos níveis de investimento público, apontando a utilização inadequada dos fundos como uma das principais razões. Em vez de serem direcionados para o fortalecimento do tecido produtivo, muitos recursos têm sido usados para cobrir despesas correntes do Estado. Tanto o atual ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, quanto o ex-ministro António Costa Silva, critiquem essa abordagem, enfatizando que isso limita o impacto e a eficácia dos fundos na promoção de inovações e no apoio a grandes empresas.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, destaca a importância de se financiar o investimento público com recursos europeus, especialmente no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Essa estratégia tem como objetivo aliviar a pressão nas contas públicas e garantir a continuidade do investimento, mesmo diante de atrasos no novo quadro Portugal 2030. Entretanto, o Tribunal de Contas Europeu adverte sobre a falta de coordenação entre os fundos de coesão e o PRR, evidenciando a necessidade de uma articulação mais eficaz para otimizar os resultados e fortalecer a política de coesão na integração europeia.
Ler a história completa em Idealista Portugal