Taipei, 6 de outubro de 2023 – Enquanto a administração Trump mantém a ameaça de novos tarifas sobre semicondutores sob a Seção 232, as autoridades taiwanesas minimizam o impacto sobre a TSMC, o maior fabricante de chips do mundo. De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento de Taiwan (NDC), as medidas afetariam apenas 1% das vendas diretas da TSMC para as entidades nos Estados Unidos, tornando o impacto geral considerado marginal.
Embora os Estados Unidos sejam um dos principais destinos dos chips fabricados pela TSMC, a maioria das transações não ocorre diretamente. A maioria da produção da TSMC é enviada a empresas de design como Apple, NVIDIA, AMD e Qualcomm, que, por sua vez, montam seus produtos em terceiros países antes de exportá-los para o mercado norte-americano.
Um informe da Nikkei Asia destaca que apenas 1% da produção total da TSMC é faturada diretamente para clientes nos EUA. Esta diminuição significativa da exposição direta poderia reduzir o impacto das tarifas no balanço global da empresa.
Outro ponto que favorece a TSMC é sua estratégia de investimento nos Estados Unidos. A empresa está construindo fábricas em Arizona, uma movimentação que não apenas diversifica sua capacidade produtiva, mas a coloca também em uma posição favorável para solicitar isenções ou reduções tarifárias. A política do ex-presidente Trump, que pressiona por fabricação de empresas tecnológicas no solo americano, parece já ter surtido efeitos: TSMC, junto a empresas como UMC e Foxconn, anunciou planos de produção em território americano.
De acordo com o NDC, 75% das exportações taiwanesas não serão impactadas pelas tarifas. Os setores que mais sofrerão são aço e alumínio, enquanto o impacto sobre os semicondutores, com a TSMC à frente, será mínimo, apesar das incertezas sobre a evolução das políticas em Washington.
No cenário global, a concorrência continua a crescer. O consórcio japonês Rapidus, apoiado pelo governo do Japão, está avançando na construção de uma fábrica para produzir chips de 2 nm até 2027, competindo diretamente com a TSMC e a Samsung Foundry. Essa iniciativa reflete a crescente tendência das potências tecnológicas em assegurar a produção local de semicondutores em um ambiente onde a segurança de suprimento se tornou uma questão geopolítica crítica.
Em meio a um cenário de volatilidade na política tarifária dos EUA, a TSMC parece estar em uma posição mais vantajosa do que outros atores para minimizar os impactos. Sua baixa exposição ao mercado americano aliada a investimentos em fábricas locais reforça a percepção de que as tarifas não ameaçarão sua liderança global na indústria de chips. Contudo, analistas alertam que as regras podem mudar rapidamente, com Taiwan, EUA, Japão e Coreia do Sul em constante competição pelo controle do futuro do silício.