A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) faz parte de um consórcio que lança o VIGIA – Sistema de Vigilância de Medicamentos e Dispositivos Médicos com Inteligência Artificial. Este projeto, financiado com mais de 1,4 milhões de euros pelo programa Portugal 2030, visa revolucionar a monitorização da segurança dos medicamentos e dispositivos médicos em território nacional.
Utilizando algoritmos de inteligência artificial, o VIGIA criará um sistema integrado dentro dos registros clínicos eletrônicos. A nova tecnologia será capaz de detectar automaticamente possíveis eventos adversos relacionados a medicamentos e dispositivos médicos, permitindo uma farmacovigilância mais eficaz.
Renato Ferreira da Silva, docente da FMUP, enfatiza a importância desta iniciativa: “É um passo significativo para transformar a farmacovigilância em Portugal. Queremos que essas ferramentas cheguem aos profissionais de saúde, facilitando o processo de notificação e decisão, sempre com o foco no paciente.”
Além da detecção automática, o projeto pretende implementar algoritmos de estratificação de risco para diferentes classes terapêuticas, promovendo uma abordagem mais personalizada nos cuidados de saúde. O VIGIA possibilitará a identificação de pacientes com maior risco de reações adversas, sinalização de casos graves antes da administração de medicamentos e geração de alertas em tempo real para os profissionais de saúde.
Os pesquisadores do VIGIA ressaltam que a iniciativa poderá contribuir para uma tomada de decisão mais informada e segura, preservando recursos e melhorando a qualidade do atendimento ao paciente. O consórcio, liderado pela VirtualCare, inclui a FMUP, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos e a PharmaDataHub, garantindo uma colaboração entre tecnologia, prática clínica e pesquisa.
Com uma sólida experiência em farmacovigilância, a FMUP terá um papel central na implementação do projeto, focando no desenvolvimento dos algoritmos de monitoramento, na análise de dados em situações reais e na capacitação dos profissionais de saúde para o uso eficaz das novas ferramentas. O projeto será coordenado por Renato Ferreira da Silva e contará com a colaboração de vários especialistas da instituição.
Origem: Universidade do Porto