Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) completou, nesta terça-feira, uma visita a Cabo Verde com o objetivo de discutir a avaliação da Linha de Crédito Ampliada (ECF) e a terceira avaliação do Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade (RSF). O encontro também abordou as políticas e reformas econômicas que serão apoiadas pela extensão de ambos os acordos.
A aprovação pelo Conselho Executivo do FMI poderá levar a um desembolso superior a US$ 16,6 milhões, conforme o progresso das reformas no âmbito do RSF. O FMI destacou o bom desempenho da economia cabo-verdiana, impulsionada pelo turismo, pelas exportações e pelo aumento do consumo privado. Em 2022, o PIB cresceu 7,3%, com uma inflação de apenas 1% e um superávit em conta corrente.
A receita tributária robusta e a redução das despesas primárias têm contribuído para a diminuição da relação dívida pública/PIB. Apesar de algumas reformas exigirem mais tempo do que o previsto, o FMI acredita que Cabo Verde está no caminho correto.
Para este ano, as projeções indicam um crescimento do PIB de 5,2% e uma inflação em torno de 2%, com expectativas de alinhamento à inflação da zona do euro a médio prazo. A análise também sugere um desempenho fiscal forte, embora ajustes na política monetária possam ser necessários para preservar a paridade cambial e garantir reservas adequadas.
Entretanto, o país enfrenta riscos, especialmente em relação a choques externos nos setores de energia, alimentos e turismo. Uma desaceleração do crescimento global e interrupções nas cadeias de suprimento podem impactar negativamente esses setores. Além disso, riscos climáticos, como a subida do nível do mar e eventos meteorológicos extremos, representam uma ameaça à infraestrutura e à estabilidade econômica.
Apesar das incertezas, o fluxo de turistas permanece forte, contribuindo para o crescimento econômico. O país se prepara, ainda, para as eleições legislativas e presidenciais em 2026.
Origem: Nações Unidas