Os debates na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, que ocorre em Belém, Brasil, ressaltaram a urgência da mobilização financeira para enfrentar a crise climática. O evento acolheu o Terceiro Diálogo Ministerial de Alto Nível sobre Financiamento Climático, onde representantes de nações severamente afetadas pela mudança climática destacaram que o acesso a recursos financeiros é vital para a sobrevivência.
Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral da ONU, abriu a conferência enfatizando a necessidade de um financiamento anual de até US$ 1,3 trilhão, com um fluxo rápido e transparente de recursos para quem mais precisa. Baerbock afirmou que a ação climática e a justiça social estão interligadas, ressaltando que a insegurança climática gera fome e pobreza, criando um ciclo vicioso que exacerba conflitos e desencoraja investimentos.
A líder também recordou os dez anos do Acordo de Paris, um marco histórico que uniu mais de 190 países na luta contra as mudanças climáticas. Ao relembrar a assinatura do acordo, muitos participantes expressaram suas emoções, destacando a importância das energias renováveis, que agora são vistas como a fonte de energia que mais cresce globalmente. No ano passado, os investimentos em energia limpa chegaram a US$ 2 trilhões, superando os de combustíveis fósseis.
Baerbock alertou sobre o imenso potencial inexplorado na África, onde mais de 600 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso à eletricidade. Segundo ela, os países desenvolvidos precisam cumprir suas promessas de apoio e reformar as instituições financeiras para garantir que o capital seja direcionado a onde é mais necessário.
O secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, também participou da conferência, enfatizando que as finanças são a “força vital” da ação climática. Ele observou que, apesar dos bilhões investidos em energia limpa e resiliência, o volume de financiamento ainda é insuficiente e muitas vezes mal distribuído. Stiell apelou para que a COP30 demonstre que a cooperação climática pode levar ao crescimento econômico no século 21, argumentando que o fluxo de financiamentos é essencial para aumentar a ambição e garantir um futuro mais próspero e resiliente para todos.
Origem: Nações Unidas






