A corrida pela inteligência artificial não se resume mais apenas a GPUs e modelos de linguagem gigantes. Por trás de cada aplicativo de IA, há um desafio igualmente crítico: como mover volumes massivos de dados com baixa latência enquanto se garante que essa informação permaneça protegida ao longo de 5, 10 ou 20 anos, quando os computadores quânticos forem capazes de romper grande parte da criptografia atual.
Nesse contexto, F5 e NetApp anunciaram a ampliação de sua colaboração estratégica para oferecer uma solução conjunta que une alto desempenho para cargas de IA e criptografia pós-quântica (PQC) para proteger dados armazenados em arquiteturas S3 empresariais.
As empresas buscam atender à crescente necessidade de mais desempenho e resiliência para fluxos de IA/ML, que exigem a movimentação de conjuntos de dados enormes entre armazenamento, clusters de computação e nuvens, enquanto garantem que esses dados não fiquem expostos frente ao avanço da computação quântica.
A combinação da F5 Application Delivery and Security Platform (ADSP) com soluções de armazenamento da NetApp — incluindo o StorageGRID para S3 empresarial — objetiva otimizar o tráfego de dados com balanceamento de carga avançado, priorização de tráfego e análise em tempo real, ao mesmo tempo em que aprimora a segurança do canal com os mais recentes padrões de criptografia.
John Maddison, diretor de marketing da F5, destacou que as empresas precisam equilibrar uma demanda sem precedentes por desempenho de aplicativos com a necessidade de uma cibersegurança robusta. A parceria visa simplificar os cenários de entrega de dados de IA em alto desempenho e facilitar uma adoção gradual da preparação pós-quântica.
Um dos riscos mais críticos a serem abordados é o conhecido como “harvest now, decrypt later”, onde atacantes roubam dados cifrados hoje e os armazenam na expectativa de que, no futuro, com a computação quântica, consigam quebrar esses algoritmos. Para mitigar esse risco, a F5 destaca que seus dispositivos BIG-IP já suportam acordos de chave híbridos e algoritmos aprovados pelo NIST para comunicações cifradas resistentes a ataques quânticos.
A adoção generalizada do TLS 1.3 é recomendada como um passo preliminar para essa transição, pois o protocolo reduz os tempos de negociação e melhora a latência, tornando o uso do largura de banda mais eficiente.
A colaboração entre F5 e NetApp promete aumentar o throughput em pipelines de ingesta massiva de dados e fluxos de inferência em tempo real, fornecendo maior resiliência e cifrado preparado para a era pós-quântica.
Este movimento envia uma mensagem clara ao mercado: a segurança para a era quântica não é um debate teórico, mas uma atualização real que as empresas devem começar a implementar, especialmente aquelas que armazenam dados que continuarão a ter valor ao longo dos anos. A aliança entre F5 e NetApp se posiciona como uma solução viável para organizações que buscam avançar em projetos de IA sem comprometer a segurança dos dados críticos frente ao futuro da computação quântica.






