O último relatório da União Internacional das Telecomunicações (UIT), intitulado Facts and Figures 2025, revela que cerca de 6 bilhões de pessoas, o que representa três quartos da população mundial, utilizam a internet. Contudo, a UIT também destaca que 2,2 bilhões de indivíduos continuam completamente desconectados, evidenciando um desafio crescente na era digital. A UIT alerta que a meta de simplesmente conectar as pessoas passou a envolver questões de velocidade, confiabilidade, acessibilidade e habilidades digitais, fundamentais em um mundo cada vez mais influenciado por tecnologias emergentes, como a inteligência artificial.
O relatório deste ano, pela primeira vez, apresenta estimativas globais sobre inscrições em redes 5G, indicando que cerca de 3 bilhões de pessoas têm acesso a essa tecnologia, o que equivale a um terço das conexões móveis de banda larga. No entanto, a cobertura da nova geração de redes ainda revela uma disparidade notável: enquanto 84% das pessoas em países de alta renda têm acesso ao 5G, apenas 4% das populações de nações de baixo rendimento podem usufruir desse avanço.
Além da discrepância na cobertura, as diferenças no uso de dados são significativas. Um usuário típico de países ricos consome quase oito vezes mais dados móveis do que um usuário em países de baixa renda, o que aponta para a desigualdade profunda no acesso a serviços que demandam maior largura de banda. A UIT sublinha que a presença de 3G e 4G não é suficiente para atender às necessidades de tecnologias emergentes, deixando milhões de pessoas apenas “conectadas” de forma teórica.
Apesar das melhorias no preço dos pacotes de dados móveis, o acesso à Internet ainda é financeiramente inviável para cerca de 60% da população de países de baixa e média renda. O relatório também observa que, embora a maioria dos usuários possua habilidades digitais básicas, as competências mais avançadas, como segurança online e criação de conteúdo, estão se desenvolvendo lentamente, criando uma nova camada de exclusão na economia digital.
As disparidades de acesso à internet também se manifestam em fatores de gênero, renda e localização geográfica. Nos países de alta renda, a taxa de utilização da internet é de 94%, em contraste com apenas 23% nos países de baixa renda. Entre homens e mulheres, 77% dos homens estão online, em comparação a 71% das mulheres. Nas áreas urbanas, 85% da população está conectada, enquanto nas zonas rurais esse número cai para 58%. Os jovens, entre 15 e 24 anos, apresentam a maior taxa de adoção, com 82% utilizando a internet, mas a exclusão digital ainda afeta desproporcionalmente aqueles que vivem em países de baixa e média renda, uma realidade marcada por desigualdades estruturais.
Origem: Nações Unidas






