Portugal enfrenta um grave desafio relacionado ao envelhecimento da sua população, sendo o segundo país europeu com o maior número de idosos, atrás apenas da Itália. A solidão, uma consequência preocupante desse fenômeno, afeta milhares de pessoas, especialmente os mais velhos. Com o intuito de oferecer uma solução, Humberto Bastos, estudante do 1.º ano da Licenciatura em Inteligência Artificial e Ciência de Dados na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, lançou o Compy, uma plataforma inovadora de Inteligência Artificial destinada a estimular cognitivamente os idosos por meio de interações conversacionais.
Humberto, que cresceu em Vale de Cambra e nutre uma grande paixão pela inteligência artificial, decidiu aproveitar essa tecnologia para causar um impacto positivo na sociedade. Movido por sua experiência no Instituto Superior Técnico, onde estudou Generative AI, e inspirado pela empresa de sua mãe, que investe em inteligência artificial, ele decidiu entrar na L:IACD. Inicialmente, Humberto havia se inscrito em Engenharia e Gestão Industrial, mas sua vontade de trabalhar com IA foi tão forte que ele optou por congelar a matrícula nessa área para focar em sua verdadeira paixão.
O conceito do Compy baseia-se na criação de um “companheiro” virtual que não busca formar vínculos emocionais, mas sim realizar interações úteis e responsáveis para combater a solidão. Desde o seu lançamento no início deste ano, a aplicação já foi apresentada em eventos internacionais renomados, como a AI Cannes World Fair. Durante o verão, Humberto esteve em um centro de inovação em tecnologia voltada para idosos em Milwaukee, EUA, onde validou sua ideia e recebeu avaliações extremamente positivas tanto de especialistas quanto dos próprios usuários da plataforma.
Com a missão de garantir acessibilidade, o Compy está sendo desenvolvido para operar diretamente em televisões, permitindo que aqueles sem smartphones ou habilidades digitais possam interagir com a plataforma através da voz. Agora, Humberto está em busca de investidores para transformar o Compy em uma realidade palpável, com planos de iniciar testes piloto em Instituições de Solidariedade e Social (IPSS). Ele visa expandir sua equipe, incluindo desenvolvedores, médicos e psicólogos, para fortalecer o combate à solidão e promover um envelhecimento mais ativo e digno para todos.
Origem: Universidade do Porto






