O processo de venda de um imóvel em Portugal enfrenta desafios significativos, especialmente quando ocorre a ocupação ilegal, também conhecida como “inquiocupas”. Este fenômeno reflete um conflito direto entre a titularidade formal do proprietário e a realidade de ocupantes que se instalarm sem legitimidade. Apesar de um quadro jurídico que reconhece a propriedade privada, a lentidão dos procedimentos judiciais coloca os proprietários em uma posição vulnerável, levando muitos a sentir-se reféns do sistema. A falta de uma resposta ágil por parte da Justiça agrava ainda mais a situação, pois os processos de desocupação podem demorar meses ou até anos.
Recentemente, foram implantadas novas legislaturas que prometem acelerar os despejos e agravar penalidades para ocupações ilegais em Portugal. No entanto, especialistas alertam que a eficácia dessas reformas dependerá da capacidade do sistema judicial e das autoridades estaduais em implementá-las efetivamente. O direito à propriedade é garantido constitucionalmente, mas isso se torna irrelevante se não for protegido de maneira rápida e eficaz. O proprietário que se vê obrigado a vender seu imóvel ocupado acaba, muitas vezes, em uma posição desfavorável, desvalorizando seu bem e arriscando litígios futuros.
Embora a venda de um imóvel ocupado seja jurisidicamente viável, muitas vezes torna-se uma medida de último recurso, com o próprio ato representando uma derrota não só para o proprietário, mas também para o mercado e o Estado. A questão crucial, portanto, não é apenas a possibilidade de venda, mas a reflexão sobre por que a necessidade de tal ação existe em um contexto onde a proteção da propriedade privada deveria ser garantida. Os casos de “justiça pelas próprias mãos” frequentemente surgem, evidenciando uma frustração crescente entre os proprietários, que, diante da ineficácia do sistema, veem-se compelidos a agir por conta própria.
Ler a história completa em Idealista Portugal
