Uma recente investigação geodinâmica revelou um comportamento inesperado e fascinante da península ibérica: longe de ser um bloco imóvel, está experimentando uma lenta rotação no sentido das agulhas do relógio. Embora imperceptível para a vida cotidiana, este achado tem consequências importantes para a compreensão da geologia do sudoeste europeu. Esse fenômeno de torção se deve principalmente à complexa interação e colisão entre as placas tectônicas Euroasiática e Africana. A pressão constante exercida por esses limites de placas está fazendo com que a massa continental ibérica se desloque e gire sutilmente.
Para confirmar esse movimento, os cientistas utilizaram uma metodologia avançada, calculando os campos de esforço e deformação da zona. Utilizaram uma combinação de dados obtidos a partir dos registros dos terremotos que ocorreram nos últimos anos e da informação proporcionada pelos satélites sobre a deformação terrestre. O estudo demonstra que a deformação não se distribui de maneira uniforme, o que sugere que diferentes setores dentro da Península se comportam de forma distinta diante da pressão tectônica. Este padrão cinemático também revela uma estreita conexão com o comportamento do arco ativo de Gibraltar. Os especialistas indicam que a forma como a convergência das placas ocorre, quase perpendicular no Mediterrâneo e obliqua no Atlântico, é o que favorece o movimento rotacional da Península.





