Neste 24 de junho, a ONU celebra o Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia, destacando a importância da inclusão feminina em processos de decisão política e diplomática. Dados alarmantes revelam que, entre 1992 e 2019, as mulheres representaram apenas 13% dos negociadores e 6% dos mediadores em processos de paz globais. A situação da liderança feminina ainda é preocupante, com 113 países nunca tendo sido liderados por mulheres como chefes de Estado ou de governo, com apenas 27 nações atualmente ocupando essas posições.
A escritora e jornalista Angelica Kalil, autora do livro “Bertha Lutz e a Carta da ONU”, critica a exclusão das mulheres em espaços decisórios, afirmando que tal prática prejudica toda a humanidade. Ela enfatiza que a inclusão feminina é essencial para a construção de um mundo mais justo e equilibrado. Kalil ressalta que a falta de representatividade feminina nas decisões tem contribuído para crises globais, clamando pela presença das mulheres em todos os níveis de governança.
A figura histórica de Bertha Lutz, uma das quatro mulheres que assinaram a Carta da ONU em 1945, é trazida à tona como símbolo da luta por direitos iguais. Lutz, ao lado de outras mulheres, foi fundamental na redação do documento que defendeu direitos de todos, independentemente de gênero. No entanto, quase oito décadas após essa conquista, as estatísticas permanecem decepcionantes: apenas 21% dos embaixadores nas Nações Unidas são mulheres, e 73 países nunca tiveram uma representante feminina.
A ONU Mulheres e o Conselho de Direitos Humanos sublinham que barreiras sistêmicas, estereótipos de gênero e violência política continuam a marginalizar as mulheres em posições de liderança, especialmente em áreas cruciais como defesa e relações exteriores. A falta de representatividade é ainda mais evidente quando se observa que, em 80 anos de existência, a organização nunca teve uma mulher como secretária-geral.
O Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia foi instituído com o objetivo de eliminar essas barreiras e promover a equidade de gênero nas práticas diplomáticas, buscando um futuro em que mulheres tenham voz ativa nas decisões que moldam o mundo.
Origem: Nações Unidas