O alojamento local (AL) em Portugal, tradicionalmente visto como um negócio familiar, tem passado por uma transformação significativa. Dados recentes revelam que as empresas estão a ganhar destaque no setor, gerindo mais de um terço das unidades registadas. Com um total de 124.700 alojamentos locais, as entidades coletivas estão a assumir um papel importante, muitas vezes atuando apenas na gestão, sem serem proprietárias dos imóveis, o que altera a dinâmica do mercado.
Em termos de concentração, a maioria das unidades de AL encontra-se em regiões como Faro, Lisboa e Porto, onde mais de 47.000 registros pertencem a empresas, representando 37,9% do total. O crescimento do setor é notável, com 273 entidades detendo 20 ou mais registros, totalizando cerca de 13.000 alojamentos. No entanto, mesmo com essa profissionalização, um número significativo de alojamentos permanece fora de operação, ameaçado pelo cumprimento de novas regulamentações que podem levar ao desaparecimento de um terço das unidades.
Outro ponto de preocupação é o número de registros “inativos”. Eduardo Miranda, presidente da ALEP, alerta que muitos proprietários não têm cumprido as exigências, como a prova de seguro de responsabilidade civil, essencial desde o final de 2023. Mais de 70 mil alojamentos estão em risco de cancelamento devido à falta de documentação. Embora haja incentivos para que estes imóveis regressem ao mercado de arrendamento, a adesão tem sido tímida, uma vez que muitos proprietários ainda demonstram desconfiança em relação às novas regras estabelecidas.
Ler a história completa em Idealista Portugal