Uma pequena empresa dinamarquesa chamada Pure Algae está chamando a atenção por seu sistema inovador de cultivo sustentável de algas e macroalgas em solo. A inovação se destaca por permitir a instalação desse sistema ao lado de atividades de aquicultura terrestre, utilizando os nutrientes produzidos para o crescimento das algas. Esse modelo surge como uma resposta ao problema da eutrofização, que ocorre quando o ambiente marinho é excessivamente enriquecido com nutrientes, resultando em floração de algas prejudiciais e zonas mortas, o que ameaça a biodiversidade.
Graças ao apoio do Fundo Europeu Marítimo e de Pescas (EMFF) e ao Grupo de Ação Local de Pescas da região, a Pure Algae conseguiu iniciar suas operações, desenvolver sua solução sustentável de cultivo de algas e criar novos empregos. O fundador e CEO da empresa, Esben Christiansen, enfatiza a importância da tecnologia da Pure Algae para enfrentar os desafios ambientais e de abastecimento de alimentos do futuro.
O cultivo de algas em solo, uma inovação relativamente recente na aquicultura, também apresenta soluções para lidar com os problemas de resíduos comumente associados à produção de peixe em ambientes terrestres, que frequentemente contêm compostos de CO2 e nitrogênio. As estruturas de cultivo desenvolvidas pela Pure Algae permitem capturar emissões de CO2 e nutrientes em excesso, evitando que esses resíduos escapem para o meio ambiente, ao mesmo tempo em que fomentam o crescimento de macroalgas.
O foco específico da empresa é o cultivo vertical de Ulva, uma macroalga verde conhecida por sua rápida taxa de crescimento e potencial para gerar grandes quantidades de biomassa destinada a diversos usos, incluindo alimentos humanos, produtos farmacêuticos e ração animal. O financiamento europeu foi crucial para a atração de investidores e para garantir que a empresa pudesse adquirir os equipamentos necessários para implementar seu sistema de cultivo em larga escala.
A inovação da Pure Algae também promoviu a colaboração entre cientistas e indústrias, contribuindo para um modelo de bioeconomia mais circular. A tecnologia permite a produção de algas de alta qualidade o ano todo em instalações controladas, um empreendimento pioneiro na Dinamarca. Além disso, a empresa tem se comprometido com a inclusão no mercado de trabalho, contratando pessoas com capacidades reduzidas, conhecidas como ‘flex jobbers’, que não podem trabalhar em regime integral devido a limitações físicas.
No geral, a Pure Algae demonstra que a produção focada em sustentabilidade não implica em perdas econômicas e que os resíduos da aquicultura podem ser convertidos em insumos para métodos de produção inovadores e sustentáveis. A companhia já está ganhando destaque no mercado, posicionando-se como líder no desenvolvimento de soluções que conectam a produção de algas e peixes.
Origem: Oceanos e pescas Europa