Em um domingo eleitoral marcado por mudanças significativas, países europeus como Polônia e Romênia observaram uma tendência de deslocamento em direção à conservadorismo. Na Polônia, o candidato conservador, apoiado pelo primeiro-ministro Donald Tusk, superou o partido radical Ley e Justiça. Na Romênia, o liberal Nicusor Dan foi eleito presidente após derrotar um candidato ultraconservador com laços prorrussos. No entanto, é em Portugal que os resultados das eleições legislativas refletem um possível prenúncio para a política espanhola, onde a instabilidade e a corrupção têm gerado descontentamento.
As eleições em Portugal resultaram na consolidação da coalizão conservadora Aliança Democrática, que inclui PSD e CDS-PP, após o primeiro-ministro Luís Montenegro ter perdido a confiança da maioria. O Partido Socialista enfrentou um forte revés, perdendo quase 5 pontos percentuais e mais de 25% de seus deputados, uma penalização atribuída a uma gestão ineficaz e à corrupção. A ascensão de partidos considerados radicais, como o CHEGA, demonstra uma rejeição dos eleitores às barreiras impostas pelos políticos. Portugal, ao dar voz aos cidadãos nas suas escolhas, serve tanto de alerta quanto de exemplo para democracias que lutam contra a paralisia política e a corrupção.