A doença celíaca, uma condição autoimune que afeta cerca de 1% da população global, continua a ser um desafio significativo para muitos portugueses. Trata-se de uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína encontrada em diversos cereais, como trigo, centeio e cevada. Pacientes que vivem com essa condição enfrentam uma série de obstáculos que vão desde a necessidade de evitar rigorosamente o glúten, até a dificuldade em encontrar opções alimentares seguras em restaurantes.
Nesta semana, em uma conferência realizada em Lisboa, especialistas e pacientes compartilharam suas experiências e desafios. Entre eles, destacou-se a questão do custo dos produtos sem glúten, que geralmente são mais caros do que seus equivalentes convencionais. Muitos participantes relataram que, apesar de existirem cada vez mais opções no mercado, ainda há uma limitação na variedade e acessibilidade desses produtos.
“Ainda é muito comum as pessoas não levarem a sério a doença celíaca. Muitos não entendem a gravidade da condição e, muitas vezes, subestimam a importância de uma dieta sem glúten”, afirmou Ana Ribeiro, nutricionista especializada. Ela também destacou o impacto emocional da doença, que afeta a forma como os pacientes se relacionam socialmente, já que o ato de comer fora de casa pode se tornar um verdadeiro laboratório de riscos.
Os organizadores da conferência ressaltaram a importância de educar a população sobre a doença celíaca e a necessidade de uma maior disponibilidade de produtos adequados. “É fundamental garantir que todos tenham acesso às informações e a opções alimentares seguras. A inclusão social das pessoas celíacas começa pelo respeito às suas necessidades dietéticas”, comentou Pedro Silva, um dos palestrantes e defensor dos direitos dos pacientes com doenças autoimunes.
Enquanto isso, iniciativas de grupos de apoio têm surgido em várias cidades, promovendo encontros e partilha de receitas. A esperança é que, com um maior conhecimento e recursos disponíveis, a vida dos celíacos possa se tornar um pouco mais fácil e as dificuldades enfrentadas no dia a dia sejam minimizadas.
Origem: JPN Universidade do Porto