O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou críticas contundentes em relação ao tratamento das mulheres no esporte, chamando a atenção para a disparidade salarial que persiste a nível global. Em uma declaração oficial, Turk pediu aos Estados-membros e clubes que enfrentem a “enorme disparidade salarial e de gênero” que ainda afeta as atletas femininas.
Turk destacou que, apesar de alguns avanços, “o campo ainda está longe de ser nivelado”. Ele ressaltou a necessidade de um ambiente esportivo inclusivo, onde mulheres e meninas, em toda a sua diversidade, recebam reconhecimento e remunerem adequados pelo seu talento e esforço. Estimativas revelam que os jogadores de futebol masculinos nos principais clubes ganham em média US$ 1,8 milhão por ano, enquanto as jogadoras femininas recebem apenas US$ 24 mil, uma diferença alarmante que ilustra a desigualdade sistêmica.
Fora dos clubes de elite, a situação é ainda mais desalentadora, com jogadoras recebendo em média apenas US$ 10,9 mil anuais. Esse baixo rendimento força muitas atletas a buscar ocupações paralelas, reduzindo drasticamente o tempo e a energia dedicados ao treinamento e à competição.
Turk também destacou que a disparidade salarial é exacerbada pela falta de proteção adequada no ambiente de trabalho. Exemplos incluem políticas de licença-maternidade muitas vezes inexistentes e a dificuldade de encontrar recursos para lidar com casos de assédio. Além disso, a sub-representação feminina em cargos de liderança é preocupante, com apenas três das 31 federações esportivas presididas por mulheres.
Essas questões, combinadas, evidenciam um panorama que ainda precisa de muitas melhorias, reforçando a urgência de medidas efetivas para garantir igualdade nos esportes.
Origem: Nações Unidas