A situação de emergência em Gaza se deteriora rapidamente, com o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) alertando para “níveis de desespero sem precedentes” entre a população. Muitos moradores estão se arriscando em busca de alimento, enfrentando ferimentos e até mortes em postos de distribuição não supervisados pela ONU. Desde o final de maio, a ajuda é distribuída de forma independente por Israel e Estados Unidos, excluindo a coordenação com agências da ONU.
Na última segunda-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha reportou a chegada de 29 vítimas a um hospital de campanha em Rafah, onde oito já foram confirmadas como falecidas, a maioria com ferimentos de explosão. O porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, enfatizou que ninguém deveria ser forçado a escolher entre a sobrevivência e o sustento de sua família, enquanto as autoridades israelenses emitiram novas ordens de evacuação para áreas do norte da faixa de Gaza.
Os desafios enfrentados por operações humanitárias incluem restrições severas e o fechamento da passagem de Kerem Shalom, o que impediu a coleta de suprimentos. Apesar disso, alguns itens chegaram a ser retirados, mas acabaram sendo saqueados por uma população desesperada. A escassez de combustível em Gaza agrava ainda mais a crise, com relatos de 260 mil litros de combustível furtados no norte da região.
Além disso, um novo relatório da Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU destacou a destruição do sistema educacional de Gaza e de mais da metade dos locais religiosos e culturais. A análise aponta que os ataques israelenses constituem crimes de guerra e riscos à humanidade, afetando gravemente o direito do povo palestino à autodeterminação.
A Comissão também documentou casos de destruição deliberada de instituições educativas e a utilização de bens civis para fins militares. Soldados israelenses gravaram vídeos zombando da educação palestina enquanto destruíam escolas, um ato que revela a gravidade da situação e a violação do Direito Internacional Humanitário. O relatório ainda categoriza a morte de civis em locais de abrigo como crimes contra a humanidade.
Origem: Nações Unidas