Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta que, se não houver mudanças significativas na ação climática, o mundo pode enfrentar um aumento da temperatura de 2,3°C até 2035. A projeção considera a implementação total dos planos climáticos nacionais já existentes, o que evidencia a urgência de intensificar a ação climática para se manter dentro do limite de 1,5°C estipulado pelo Acordo de Paris.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a gravidade da situação, afirmando que uma ultrapassagem temporária do limite de 1,5°C é quase certa no início da década de 2030. No entanto, ele enfatizou que isso não deve ser motivo para desistência, mas sim um impulso para acelerar ações que possam limitar o aquecimento global. Guterres também mencionou que existem soluções viáveis para reduzir o impacto do aquecimento e que o progresso em relação ao ano anterior, quando se projetava um aumento de 2,6°C, oferece motivos para um otimismo cauteloso.
O próximo passo em direção a uma resposta mais ambiciosa será a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP30, que ocorrerá em Belém, no Brasil. Guterres vê este evento como um potencial “ponto de virada,” destacando a necessidade de um planejamento audacioso para preencher as lacunas de ambição e implementação. Ele defendeu uma redução drástica nas emissões de gases de efeito estufa, cortes substanciais nas emissões de metano e a transição acelerada para energias renováveis, que agora se apresentam como as fontes de eletricidade mais baratas e rápidas de serem implementadas.
O relatório também sublinha a importância de proteger florestas e oceanos, apontando que a redução das emissões anuais em 35% a 55% em relação aos níveis de 2019 é crucial para alcançar a meta de 1,5°C. Cada fração de grau evitada tem o potencial de minimizar danos e impactos na saúde em todas as nações, afetando especialmente os mais pobres e vulneráveis de forma desproporcional.
Origem: Nações Unidas






