O Haiti enfrenta uma das crises de segurança mais severas de sua história, com gangues dominando cerca de 90% de Porto Príncipe, apesar do embargo de armas em vigor desde 2022. A situação se deteriorou com o aumento de sequestros, extorsões, violações e assassinatos, o que tem gerado um clima de terror entre a população.
A estimativa é de que entre 270 mil e 500 mil armas ilegais estejam circulando no país, que não produz armamentos. Apenas em 2024, mais de 5.600 pessoas perderam a vida devido a confrontos entre facções armadas. Um ataque em dezembro do mesmo ano resultou em 207 mortes em apenas cinco dias na zona de Wharf Jérémie.
Além das mortes, os haitianos enfrentam sequestros e destruições de propriedades, comprometendo serviços essenciais como saúde e educação. Em resposta à crise, o Conselho de Segurança da ONU renovou, por unanimidade, as sanções contra o Haiti.
O embargo de armas, que visa barrar o fornecimento de armamentos às facções, tem encontrado dificuldades para ser efetivo. A falta de supervisão e casos de corrupção têm permitido que o tráfico de armas continue. Rotas clandestinas conectam portos nos Estados Unidos ao Haiti, frequentemente com a participação da República Dominicana.
As autoridades haitianas enfrentam sérias limitações para combater o tráfico, não dispondo nem de scanners apropriados para inspeções em portos. A ONU tem enfatizado a necessidade de uma resposta coordenada para garantir a eficácia do embargo, incluindo reforços no controle de fronteiras e equipar as autoridades com tecnologia moderna.
Enquanto as gangues controlam as regras de diversas comunidades, o embargo da ONU se mostra incapaz de proteger os haitianos. A falta de ação imediata poderá continuar a alimentar um ciclo de violência que já leva o país à beira do colapso, com cada arma contrabandeada comprometendo ainda mais o futuro do Haiti.
Origem: Nações Unidas
			
                                



							

