A Nigéria enfrenta uma crise de habitação em escala alarmante, especialmente entre sua população jovem, que representa mais de 63% do total. As cidades de Lagos, Abuja e Port Harcourt estão no epicentro dessa crise, onde os preços de aluguel estão exorbitantemente altos em relação aos salários médios. Um apartamento de um quarto em Lagos, por exemplo, pode custar mais de 2,2 milhões de nairas anuais, superando em muito o rendimento anual de muitos jovens profissionais, que gira em torno de 1,2 milhões de nairas.
O impacto da crise se estende também aos estudantes universitários, que, sem opções de alojamento nos campus, são forçados a buscar no mercado privado. Os preços das residências estudantis triplicaram em um ano, como evidenciado em Port Harcourt, onde uma moradia que antes custava 200.000 nairas agora ultrapassa os 450.000. Os estudantes não apenas enfrentam altos custos, mas também condições de vida precárias, obrigando-os a gastar mais para tornar esses espaços minimamente habitáveis.
Especialistas como Olaitan Olaoye e Abubakar Tabiu apontam que a crise habitacional é alimentada pela falta de políticas públicas eficazes, a inflação crescente e o estagnação salarial. Tabiu adverte que as ramificações sociais dessa situação são preocupantes, atrasando a emancipação dos jovens, o casamento e a estabilidade financeira. Além disso, essa crise pode potencialmente contribuir para a “fuga de cérebros”, com profissionais qualificados abandonando áreas urbanas e até o país em busca de melhores condições de vida.
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