A senadora Mara Gabrilli, do Brasil, participou na semana passada da 18ª Conferência dos Estados-Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada na sede da ONU. Como membro do Comitê da ONU e vice-presidente do Grupo de Trabalho sobre Mulheres e Meninas com Deficiência, a senadora anunciou novas diretrizes internacionais destinadas a proteger essas populações vulneráveis.
Em entrevista à ONU News, Gabrilli abordou a questão da interseccionalidade, destacando que as mulheres enfrentam múltiplas camadas de discriminação, especialmente as que possuem deficiência. Ela expressou preocupação com o aumento da violência contra mulheres, enfatizando que as mulheres com deficiência são desproporcionalmente afetadas por essas questões. “É gratificante contribuir para a proteção das mulheres em todo o mundo”, afirmou.
Durante a conferência, Gabrilli também enfatizou a importância da inteligência artificial na promoção da autonomia de pessoas com deficiências. Ela afirmou que esta tecnologia pode melhorar significativamente a qualidade de vida, oferecendo novas possibilidades para interação e trabalho. A senadora mencionou que os exoesqueletos, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são um exemplo positivo e expressou esperança de que ferramentas baseadas em IA também sejam ampliadas.
A discussão sobre cannabis medicinal também foi uma pauta importante para Gabrilli. Ela criticou a atual situação no Brasil, onde, embora a importação de cannabis medicinal seja permitida, os altos custos dificultam o acesso a essa forma de tratamento. Gabrilli, sendo autora de um projeto de lei sobre o tema, defendeu a produção local da planta como uma solução mais acessível.
Outro ponto abordado pela senadora foi a valorização das cuidadoras, profissionais fundamentais em sua trajetória. Ela se emocionou ao falar sobre a importância dessas mulheres e cobrou uma maior valorização e reconhecimento de seu trabalho. Gabrilli ressaltou que, apesar dos avanços, ainda há uma lacuna significativa nas políticas públicas que garantam suporte adequado para pessoas com deficiência e seus cuidadores.
Por fim, a senadora destacou a preocupação de mães de crianças com deficiência, que temem não ter garantias sobre o cuidado de seus filhos após sua morte. Gabrilli propôs que o governo implemente políticas que assegurem um futuro seguro para essas crianças, proporcionando conforto e tranquilidade para suas famílias.
Origem: Nações Unidas