DeepSeek, uma empresa chinesa de inteligência artificial, volta a atrair atenção internacional, mas desta vez não por suas inovações tecnológicas, e sim pelas práticas questionáveis de aquisição de hardware. Fontes no setor indicam que a companhia estaria utilizando uma rede de contrabando para obter milhares de GPUs da NVIDIA, que são essenciais para o treinamento de modelos avançados de IA, em violação às rígidas restrições de exportação dos Estados Unidos para a China.
De acordo com relatos, o hardware, que teoricamente nunca deveria ter chegado ao território chinês, estaria sendo adquirido legalmente em países onde não há proibições – sendo posteriormente desmontado e enviado para a China como peças de reposição. Essa operação, que parece mais um enredo de thriller geopolítico, destaca a pressão crescente no mercado de IA, onde o acesso a GPUs de última geração é crucial para empresas que buscam se destacar.
O procedimento segue uma estratégia detalhada: os servidores são comprados em países sem restrições, desmontados e seus componentes são despachados em pacotes menores, reduzindo a suspeita. Quando esses componentes chegam à China, são remontados em instalações da DeepSeek, prontos para treinar modelos robustos.
As GPUs da NVIDIA são especialmente valiosas para empresas como a DeepSeek, permitindo não apenas o treinamento de modelos em maior escala, mas também a realização de ajustes mais ágeis. O domínio do hardware de ponta oferece uma vantagem competitiva significativa, algo que os EUA buscam impedir com suas sanções, considerando essas tecnologias como ativos estratégicos.
As sanções impostas à China têm criado um cenário complexo. Embora os EUA tenham implementado um “muro regulatório” em torno da exportação de GPUs, a realidade mostra que o fluxo de hardware avançado em uma cadeia de suprimentos globalizada é difícil de controlar. Caso as acusações contra a DeepSeek sejam confirmadas, podem surgir novas medidas para fortalecer a rastreabilidade das exportações, além de possíveis sanções contra intermediários que facilitam esses esquemas.
A repercussão desse episódio ressalta não apenas os desafios regulatórios enfrentados por potências ocidentais, mas também levanta questões sobre a eficácia das restrições atuais em impedir o avanço da tecnologia de IA na China. À medida que a competitividade se intensifica, o debate sobre o controle de hardware e a transparência nas cadeias de suprimento tende a ganhar cada vez mais destaque.






