Governo dos EUA pode acessar dados pessoais sem ordem judicial: Debates sobre privacidade digital se intensificam
Em 2025, à medida que milhões de cidadãos utilizam serviços digitais em suas rotinas, a questão sobre a verdadeira posse dos dados armazenados em nuvem se torna cada vez mais relevante. A chamada "doutrina do terceiro", uma interpretação legal dos anos 70, permite que o governo dos Estados Unidos acesse informações pessoais, como e-mails, registros financeiros e dados de saúde, sem a necessidade de uma ordem judicial.
O recente caso de James Harper, um cliente da plataforma de criptomoedas Coinbase, ampliou o debate. Harper foi acusado pela Receita Federal (IRS) de não declarar receitas de criptomoedas e ficou surpreso ao descobrir que a agência havia obtido seus registros de transações diretamente da Coinbase, sem mandado judicial.
O Tribunal de Justiça, ao decidir o caso, argumentou que os dados pertenciam à Coinbase e, portanto, estavam sob a doutrina do terceiro. No entanto, defensores da privacidade, como o Cato Institute, alertam que essa interpretação ultrapassada pode comprometer a segurança dos dados dos cidadãos.
Em um mundo cada vez mais digital, a expectativa de privacidade sobre informações sensíveis deve ser reavaliada. A análise de casos anteriores, como o de "Carpenter vs. Estados Unidos", que exigiu ordens judiciais para acessar dados de localização de celulares, evidencia a necessidade de um novo olhar sobre a proteção dos dados pessoais.
Se o Supremo Tribunal decidir rever a doutrina do terceiro, isso poderá representar uma mudança significativa na legislação de privacidade digital nos EUA, impactando todos aqueles que utilizam serviços online, desde criptomoedas até informações médicas. Este cenário destaca a crescente importância da soberania dos dados e das regulamentações digitais, em um momento em que a inteligência artificial e a análise avançada de dados aumentam os riscos de vigilância.