Google e o Futuro da Web Aberta: Desafiando o Status Quo
Um recente estudo divulgado no blog Oblomov levanta sérias preocupações sobre as práticas do Google e seu impacto na web aberta. Com o título “Google está matando a web aberta”, o relatório sugere que a gigante de Mountain View tem tomado uma série de decisões que, embora isoladas possam parecer triviais, em conjunto configuram uma estratégia que ameaça a diversidade e a acessibilidade da internet.
Historicamente, a web foi construída sobre padrões abertos como HTTP e HTML, geridos por organismos como o W3C e a IETF. No entanto, a ascensão do Google Chrome e o domínio da empresa no mercado transformaram essa paisagem. A partir de 2013, eventos como o fechamento do Google Reader e a gradual desativação de ferramentas como o XMPP demonstram uma diminuição do suporte para tecnologias abertas, direcionando o tráfego e a visibilidade digital para plataformas controladas pela empresa.
O relatório destaca que mudanças significativas ocorreram a partir de 2015, com a introdução do AMP – uma iniciativa que, segundo críticos, priorizou o controle sobre a produção de conteúdo em detrimento da latitude de criação por parte dos usuários. A descontinuação de elementos como <keygen>
e o suporte limitado para RSS têm sido vistos como uma centralização do poder que favorece algoritmos opacos e a dependência de serviços do Google.
Nos últimos anos, iniciativas como o Manifest V3 e o Web Environment Integrity (WEI) têm gerado polêmica, sendo acusadas de favorecimento ao modelo publicitário da empresa em detrimento da liberdade e privacidade dos usuários. Enquanto isso, o debate sobre a importância de padrões como XSLT e formatos de imagem como JPEG XL continua a ser marginalizado, levantando a questão: por que eliminar opções que diversificam a construção e o gerenciamento da web?
Embora a resposta à pergunta se o Google realmente está “matando a web aberta” ainda permaneça em discussão, a preocupação com a erosão dos valores fundamentais que sustentaram a internet continua a crescer. A construção de alternativas viáveis, a promoção de práticas de publicação abertas e a defesa de um espaço online diversificado são imperativos para garantir um futuro digital mais equilibrado e inclusivo. A comunidade digital precisa agir, não só para preservar as opções existentes, mas para reivindicar um futuro onde a web possa continuar a evoluir como um espaço aberto e acessível para todos.