O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou profunda preocupação com a recente escalada de violência na província de Kivu do Sul, na República Democrática do Congo, destacando as graves consequências humanitárias da situação. Em uma declaração feita nesta quinta-feira, ele condenou de forma veemente os ataques perpetrados pela Aliança Fleuve Congo e pelo Movimento 23 de Março em diversas localidades, incluindo Kamanyola, Luvungi, Katogota e Uvira.
Desde o início de dezembro, a crise no leste do Congo já resultou na morte de mais de 74 civis e no ferimento de pelo menos 83 pessoas em confrontos entre forças congolesas e grupos armados. A Rádio Okapi,机构 da Missão de Paz da ONU, Monusco, relatou que mais de 200 mil pessoas foram deslocadas por conta dessa violência.
Guterres apelou por um fim imediato e incondicional à violência, reiterando a necessidade de cumprir a resolução 2773 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em fevereiro de 2025. Ele alertou que a intensificação dos conflitos não apenas compromete os esforços para uma solução duradoura, mas também aumenta o risco de uma expansão regional do conflito.
Além disso, o secretário-geral instou todas as partes a respeitar os Acordos de Washington, assinados no início do mês, e a aderir ao Marco de Doha, que visa um Acordo de Paz Abrangente. As Nações Unidas estão mobilizadas para fornecer assistência humanitária às populações afetadas, mas a situação se agravou devido a intensos combates, o que impactou severamente os programas de ajuda, inclusive deixado 25 mil pessoas sem suporte alimentar essencial.
O Programa Mundial de Alimentos (WFP) suspendeu suas operações na região, o que resultou em escolas sendo fechadas para abrigar deslocados, impactando mais de 12 mil crianças que dependiam da alimentação escolar. Além disso, as condições de abrigo são precárias, expondo os deslocados a riscos aumentados, enquanto mulheres e meninas enfrentam ameaças ainda mais graves de violência de gênero. A ONU, através do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários, continua a monitorar a situação e a trabalhar em esforços diplomáticos para restaurar a paz na região.
Origem: Nações Unidas





