Em Moçambique, a crise humanitária se agrava com milhares de pessoas forçadas a deixar suas casas devido a uma sequência de emergências, incluindo violência armada e desastres climáticos. Desde o início do ano, mais de 95 mil indivíduos fugiram da violência em Cabo Delgado. O acesso humanitário, já fragilizado, enfrenta desafios crescentes.
Recentes confrontos entre grupos armados entre 20 e 28 de julho resultaram em deslocamentos massivos nos distritos de Chiúre, Ancuabe e Muidumbe, conforme relatado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). Aproximadamente 50 mil pessoas foram deslocadas em questão de dias, com uma parte significativa enfrentando a falta de assistência básica.
Chiúre, a região mais afetada, testemunha uma triste realidade, onde mais de 60% dos deslocados são crianças. Muitas delas estão separadas das famílias, agravando ainda mais a situação. A falta de documentação resulta em significativa dificuldade para esses deslocados acessarem serviços essenciais.
As autoridades moçambicanas estão mobilizadas para oferecer suporte, acolhendo os deslocados em áreas seguras. A ONU e ONGs têm atuado em parceria com o governo, disponibilizando pacotes de assistência básica, como alimentos e bens de higiene. Contudo, o financiamento humanitário continua escasso, com apenas 20% do necessário arrecadado até o momento.
A necessidade de recursos urgentes é crítica, uma vez que a violência continua a desestabilizar comunidades. O Ocha ressalta a importância de garantir a proteção e os direitos dos civis, que devem ter liberdade de buscar segurança. Até julho, apenas uma fração do Plano de Resposta Humanitária para 2025 foi financiada, forçando agências a cortar suas metas de assistência em mais de 70%.
Origem: Nações Unidas