O representante da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em Moçambique, Xavier Créach, expressou sua profunda preocupação com o aumento acelerado do deslocamento forçado no norte do país. Em apenas uma semana, cerca de 22 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas residências devido a uma nova onda de violência. Isadora Zoni, Oficial de Comunicação do Acnur, relatos sobre a situação delicada enfrentada em distritos como Cabo Delgado, onde muitos já enfrentam a exaustão e a perda de esperança após repetidos deslocamentos.
Desde o início do conflito em 2017, mais de 1,3 milhão de pessoas foram deslocadas, e os novos dados de 2025 revelam um aumento alarmante nos incidentes de segurança, como saques, raptos e assassinatos. A mudança na natureza do conflito é evidente, com civis se tornando alvos diretos de ataques, enquanto distritos considerados seguros agora também são afetados.
Com a situação humanitária se tornando uma das mais complexas da região, a Acnur, em colaboração com outras agências da ONU, está mobilizando esforços para fornecer assistência emergencial a famílias afetadas. O plano de resposta inclui apoio em proteção e saúde mental e previsão de atendimento a mil novas famílias nos próximos dias.
No entanto, o financiamento tem se mostrado uma barreira significativa, com apenas uma fração dos recursos necessários sendo recebidos. A Acnur alertou para a importância de proteger os civis e restabelecer o acesso a serviços essenciais. A necessidade de apoio prolongado da comunidade internacional é urgente para evitar um ciclo ainda mais profundo de sofrimento e vulnerabilidade na região.
Origem: Nações Unidas



