Uma queda de tensão durante manutenção deixou duas salas técnicas do centro SG1 da Equinix sem serviço, afetando diversos provedores de Internet em todo o país. No dia 31 de maio, o data center SG1, um dos principais nós digitais do sudeste asiático, enfrentou uma interrupção que durou mais de uma hora. O incidente ocorreu durante uma manutenção programada que demandava uma redução na redundância energética, gerando uma cascata de falhas nos serviços de conectividade de várias empresas.
Em nota oficial, a Equinix afirmou: “Durante a manutenção programada em SG1, que exigia uma redução na redundância de energia, experimentamos uma falha de equipamento que resultou em uma queda de eletricidade em duas salas do data center”. Apesar de classificar o incidente como “menor e localizado”, o impacto se espalhou rapidamente pelo território nacional.
Os provedores de Internet mais afetados incluem Singtel, StarHub e ViewQwest. Esta última enfatizou que a causa do problema estava totalmente fora de sua infraestrutura. “Este incidente não está relacionado a nenhuma ocorrência anterior e foi causado por uma falha externa fora de nosso controle direto”, declarou a ViewQwest, acrescentando que colaborará com a Equinix para investigar a origem do problema.
Localizado no número 20 da Ayer Rajah Crescent, o centro SG1 possui uma capacidade de 13 megawatts e mais de 9.000 metros quadrados de área dedicada. O local é um ponto central de interconexão na região, o que aumenta a sensibilidade a qualquer interrupção de serviço.
Esse apagão se soma a episódios anteriores na história da Equinix em Cingapura. Em outubro de 2023, uma falha no sistema de refrigeração do centro SG3 causou interrupções em múltiplos serviços digitais, incluindo aplicativos bancários, WhatsApp e jogos online como Call of Duty. E em 2013, outra manutenção elétrica programada também resultou em interrupções generalizadas.
O incidente do SG1 reacendeu o debate sobre a necessidade de fortalecer a resiliência das infraestruturas digitais críticas. PS Lee, especialista no setor, resumiu em sua conta no LinkedIn que isso é “um alerta sobre a necessidade de resiliência em infraestruturas críticas”. Em sua análise, destacou que “à medida que a infraestrutura digital se torna mais essencial, o nível de exigência em termos de disponibilidade e redundância deve ser elevado proporcionalmente”.
Diante desse panorama, o governo de Cingapura se prepara para introduzir em 2025 a Lei de Infraestrutura Digital (Digital Infrastructure Act, DIA). Esta nova regulamentação, ainda em desenvolvimento, visa reforçar a resiliência e segurança de infraestruturas chave, como data centers e serviços na nuvem. Ao contrário da atual Lei de Cibersegurança, que se foca em ameaças digitais, a DIA também incluirá falhas técnicas, riscos físicos como incêndios ou problemas de refrigeração e outras interrupções operacionais.
Em resumo, este novo episódio ressaltou a fragilidade que pode existir até mesmo nos ambientes tecnológicos mais avançados e a necessidade de projetar infraestruturas não apenas potentes, mas também preparadas para resistir em condições de estresse e manutenção. Pois, como apontam os especialistas, o futuro da infraestrutura digital não é construído apenas com capacidade, mas com resiliência.