A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP30, inicia hoje em Belém, na Amazônia brasileira, com uma expectativa global de ação efetiva diante da crise climática. Com o aviso de que o planeta pode aquecer acima do limite de 1,5°C nos próximos anos, líderes mundiais e especialistas se apresentam em um cenário de urgência e necessidade de mudanças concretas.
Durante a Cúpula de Líderes que antecedeu a Conferência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que o momento não é para novas negociações, mas sim para a implementação de ações reais. O foco da presidência brasileira será a mobilização coletiva, sob o conceito de “mutirão”, que visa engajar diversos setores da sociedade, incluindo povos indígenas e empresários, em um esforço conjunto para cumprir compromissos climáticos assumidos anteriormente.
Um dos principais desafios discutidos na conferência é a captação de investimento necessário, estimado em pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, para evitar um aumento significativo das temperaturas globais. Para isso, foram apresentadas propostas como o fortalecimento de fundos climáticos e a conversão de dívidas externas em investimentos verdes.
Além disso, os planos climáticos nacionais, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), foram destacados como um aspecto crítico da COP30. Embora os países tenham se comprometido a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, os planos atuais apontam para uma queda insuficiente de apenas 10% até 2030, longe da meta de 60%.
O evento também buscará aprovar indicadores que ajudem a monitorar a adaptação às mudanças climáticas, permitindo um acompanhamento mais eficaz das políticas públicas. Apesar de 172 países possuírem alguma política de adaptação, 36 delas estão desatualizadas, o que ressalta a necessidade de um aumento significativo no financiamento para atender às exigências dos países em desenvolvimento.
À medida que a COP30 avança, a urgência de ação coordenada para enfrentar a crise climática continua a ser um tema central, com expectativas de que as decisões tomadas em Belém possam de fato reverter a trajetória de aquecimento global.
Origem: Nações Unidas




