Na última sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou uma proposta para prolongar o alívio das sanções ao Irã, conforme o acordo nuclear de 2015. A votação revelou divisões significativas entre os membros do conselho, com apenas quatro votos a favor, provenientes de Rússia, China, Argélia e Paquistão. No entanto, eram necessários nove votos para a adoção da proposta, que visava encerrar as sanções impostas ao Irã antes do Plano de Ação Conjunto e Abrangente (JCPOA).
Os países que votaram contra incluíram Dinamarca, França, Grécia, Panamá, Serra Leoa, Eslovênia, Somália, Reino Unido e Estados Unidos, enquanto Guiana e República da Coreia optaram pela abstenção. Caso tivesse sido aprovada, a resolução teria permitido que o Irã continuasse a beneficiar-se de alívios financeiros estabelecidos pelo acordo nuclear.
A Resolução 2231, que apoiou o JCPOA, introduziu um mecanismo permitindo a suspensão das sanções, que poderiam ser reimpostas em caso de “descumprimento significativo” de qualquer parte envolvida. O parágrafo 11 da resolução estipula que, se um signatário notificar sobre uma violação, deverá ser apresentada uma nova votação em até 30 dias para garantir a continuidade do alívio das sanções.
Durante o encontro, o embaixador russo, Vassily Nebenzia, contestou a legalidade da ação europeia, argumentando que França, Alemanha e Reino Unido não seguiram os procedimentos estabelecidos e impuseram sanções unilaterais consideradas “ilegais”. Em resposta, a embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, defendeu a legalidade da invocação do mecanismo de “snapback”, afirmando que a notificação realizada por seu país e outros dois foi suficiente para justificar a ação.
O clima de tensão e divisão entre os membros do Conselho de Segurança foi evidenciado também pela declaração do embaixador chinês FU Cong, que alertou sobre as “grandes discrepâncias” existentes e a possibilidade de que uma votação apressada complicasse ainda mais as relações internacionais. A reunião terminou sem um consenso, e a situação continua a evoluir, refletindo as complexas dinâmicas geopolíticas relacionadas ao programa nuclear do Irã.
Origem: Nações Unidas


