Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU expressaram sua profunda preocupação diante da recente decisão de estabelecer um governo paralelo no Sudão, um país em meio a um intenso conflito entre tropas governamentais e as forças paramilitares da Força de Reação Rápida (RSF). O cenário no Sudão tem se deteriorado, com temores crescentes de que essa nova estrutura de poder possa agravar ainda mais a situação já crítica enfrentada pela população local, que vive sob constante ameaça de insegurança e violência.
De acordo com declarações do Conselho, a configuração do novo governo pode levar à fragmentação do Sudão e agravar a crise humanitária que atinge milhões de cidadãos. Os países-membros reiteraram seu compromisso com a soberania e integridade territorial da nação, alertando que ações unilaterais podem comprometer não apenas a estabilidade interna do país, mas também causar repercussões em toda a região africana.
Além disso, o Conselho de Segurança fez um apelo a todas as partes envolvidas no conflito para que cessem imediatamente as hostilidades e retornem a um diálogo político genuíno, enfatizando a urgência de estabelecer um cessar-fogo duradouro. Eles apoiaram a proposta da União Africana e do secretário-geral da ONU, António Guterres, para a declaração de um cessar-fogo durante o mês sagrado do Ramadã, a fim de proporcionar um ambiente mais pacífico para os muçulmanos que observam o jejum.
O Conselho também destacou a importância da implementação dos compromissos estabelecidos na Declaração de Jedá, enfatizando a necessidade de um diálogo nacional inclusivo e transparente que conduza à formação de um governo democrático, eleito de forma justa e livre. Os países-membros reafirmaram seu apoio ao enviado especial da ONU, Ramtane Lamamra, e solicitaram que as nações evitem qualquer tipo de intervenção que possa exacerbar o conflito e a instabilidade no Sudão.
Origem: Nações Unidas