Na quarta-feira, durante a 58ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, a situação dos direitos humanos na América Central, com foco especial na Nicarágua, foi intensamente debatida. Um grupo de especialistas designados pelo conselho apresentou um relatório preocupante, destacando a transformação da Nicarágua em um estado autoritário sob o governo de Daniel Ortega e de sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo. Os especialistas relataram que as liberdades fundamentais foram severamente restringidas, com o governo reprimindo vozes dissidentes e opositores, tanto no país quanto entre os nicaraguenses no exterior.
O relatório, que reflete a situação desde a formação do grupo de especialistas em março de 2022, indica um agravamento dos abusos nos últimos doze meses. Os membros do grupo afirmam que Ortega e Murillo operam uma rede de vigilância sobre a população, que permite a identificação e controle dos opositores. A recente reforma, que eliminou as poucas garantias institucionais existentes, fortaleceu ainda mais o executivo.
Além disso, o documento menciona que, em setembro, 135 prisioneiros políticos foram expulsos para a Guatemala e tiveram sua nacionalidade revogada, resultando em 452 nicaraguenses se tornando apátridas. Essas ações, junto ao confisco de propriedades privadas, levantam preocupações sobre possíveis crimes contra a humanidade. Uma lista com os nomes dos responsáveis está prevista para ser divulgada em 4 de abril, dando ao governo nicaraguense a oportunidade de responder às acusações.
No que diz respeito aos Territórios Palestinos, o alto comissário Volker Türk fez um apelo à comunidade internacional para resistir à normalização da violência e enfatizou a necessidade de um cessar-fogo genuíno entre israelenses e palestinos, promovendo a coexistência pacífica baseada na igualdade de dignidade e direitos.
Origem: Nações Unidas