O Governo de Portugal está a enfrentar uma onda de crítica após a decisão de ceder o Palácio do Manteigueiro, localizado na baixa de Lisboa, à Confederação Empresarial de Portugal (CIP). A medida, anunciada no início de novembro, levantou preocupações entre partidos da oposição, que questionam a necessidade e as consequências de tal transferência de propriedade, especialmente em uma área tão valorizada como o Chiado. O impasse foi exacerbado pela falta de consenso entre os ministérios da Economia e das Infraestruturas sobre a natureza e os objetivos da entrega do imóvel.
As respostas parlamentares recebidas esta semana revelam um desacordo significativo entre os dois ministérios. O ministério da Economia, liderado por Manuel Castro Almeida, indicou que ainda não estão claras as condições de utilização do espaço, mas mencionou que há planos para que a CIP estabeleça uma academia voltada para a formação profissional. Em contraponto, o ministério das Infraestruturas, sob a direção de Miguel Pinto Luz, afirmou não ter recebido documentação formal que sustente a proposta, incluindo pareceres jurídicos e estudos de viabilidade que justifiquem a cedência do imóvel.
Diante dessa situação, tanto o Partido Socialista quanto o Chega têm solicitado informações adicionais e esclarecimentos sobre o processo. A falta de alinhamento nas comunicações entre os ministérios pode acentuar a desconfiança em relação à transparência e à razoabilidade da decisão tomada pelo Executivo, especialmente em um momento em que a valorização imobiliária e o uso dos espaços públicos estão sob intenso escrutínio. O debate sobre o futuro do Palácio do Manteigueiro continua, à medida que cidadãos e partidos clamam por maior clareza nas intenções do governo.
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