Na manhã desta terça-feira, dezenas de pessoas perderam a vida ou ficaram feridas nos arredores de um centro de distribuição de ajuda em Gaza, administrado em conjunto pelos Estados Unidos e Israel. Este incidente marca o terceiro dia consecutivo em que palestinos são alvejados enquanto tentam acessar alimentos fornecidos pela “Fundação Humanitária de Gaza”.
O alto-comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, manifestou sua indignação diante dos ataques a civis que aguardam por “quantidades irrisórias” de ajuda alimentar, classificando essa situação como “inconcebível”. Ele exigiu uma “investigação rápida e imparcial” sobre esses ataques, enfatizando que tais ações configuram “uma grave violação do direito internacional e um crime de guerra”.
Segundo Turk, os palestinos enfrentam uma “das escolhas mais sombrias”: morrer de fome ou correr o risco de serem mortos ao tentar acessar os escassos suprimentos disponíveis por meio do que ele chamou de “mecanismo militarizado de assistência humanitária de Israel”. Essa abordagem, segundo ele, não só coloca vidas em risco, mas também fere os padrões internacionais de distribuição de ajuda, um ponto frequentemente sublinhado pelas Nações Unidas.
Além disso, Turk alertou que a “intencionalidade de impedir o acesso a alimentos e outros suprimentos essenciais para civis pode ser considerada um crime de guerra”. Em 2024, a Corte Internacional de Justiça já havia reconhecido o risco iminente de danos irreparáveis aos direitos dos palestinos sob a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, emitindo ordens vinculativas para que Israel assegure o fornecimento desimpedido de serviços básicos e assistência humanitária.
Por fim, o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Jeremy Laurence, declarou que as ações de Israel incluem elementos de crimes graves segundo o direito internacional, como a ameaça de fome e a destruição em larga escala, reafirmando a urgência de ações que respeitem os direitos humanos dos civis palestinos.
Origem: Nações Unidas