A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, realizada em Belém, deixou um legado de compromissos e desafios na luta contra o aquecimento global. O secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, ressaltou a importância do evento ao afirmar que a cooperação climática continua em alta. Durante a plenária de encerramento, Stiell destacou que uma nova economia, caracterizada pela sustentabilidade, está emergindo, ao passo que os modelos poluentes estão se esgotando.
Embora as negociações tenham enfrentado divisões significativas, especialmente em relação à eliminação dos combustíveis fósseis, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, garantiu que questões cruciais não abordadas nos textos finais seriam discutidas até a próxima conferência, agendada para a Turquia. Corrêa prometeu criar planos para uma transição justa e ordenada, em resposta às demandas de várias delegações presentes.
Durante o evento, os líderes mundiais aprovaram um documento chave, o “mutirão”, que abrange aspectos essenciais como a limitação do aquecimento a 1,5°C e o financiamento para a adaptação climática. Entretanto, muitos ativistas expressaram descontentamento pela ausência de um compromisso claro sobre a eliminação dos combustíveis fósseis nas conclusões finais.
Carlos Nobre, cientista brasileiro, ressaltou a urgência de reduzir drasticamente a utilização de combustíveis fósseis, alertando que, se não forem tomadas medidas decisivas até 2040, o mundo poderá enfrentar um aumento da temperatura global de até 2,5°C até 2050, colocando em risco ecossistemas vitais como os recifes de coral e a floresta amazônica.
A conferência também marcou avanços significativos, incluindo a decisão inédita de promover a “integridade da informação” para combater a desinformação climática, e o compromisso de triplicar o financiamento para a adaptação até 2035. Líderes de 194 países reafirmaram a necessidade de agir coletivamente, apesar das divisões políticas que permeiam o cenário atual.
Além disso, iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que arrecadou US$ 5,5 bilhões, e o Plano de Ação de Saúde de Belém, com um investimento inicial de US$ 300 milhões, destacam o foco em soluções práticas e inclusivas para enfrentar a crise climática. A COP30 definiu a justiça climática como um pilar central das negociações, refletindo a pressão de grupos sociais que pedem ações equitativas nas políticas ambientais.
Origem: Nações Unidas






